sábado, 31 de março de 2012

Fluxos de Comunicação: líderes que falam e escutam

Como dito anteriormente, os líderes, por representarem uma determinada organização, tem como vocação transmitir informações que são de grande relevância para seus liderados. A melhor maneira de fazer isso é se utilizando dos canais de comunicação disponíveis.  Além disso, fatores como o perfil da empresa e de seus funcionários devem ser levados em consideração, não é porque você tem as informações corretas para transmitir que significa que pode fazer isso como bem entender.

Para isso, precisamos entender que o fluxo de comunicação dentro das organizações estende-se em todas as direções e sentidos, permitindo que informações, idéias e conhecimentos circulem, garantindo, assim, um desempenho coordenado. Uma vez esclarecido, podemos nos utilizar do fluxo na hora de montar um plano de comunicação para/com a liderança.

De um cima para baixo e vice-versa: Comunicação Vertical

Os fluxos de comunicação vertical podem ser descendentes ou ascendentes. A direção descendente é o que consideramos como a comunicação do que parte das chefias ou superiores hierárquicos até chegar ao nível operacional. Se bem trabalhado, é possível orientar os funcionários nesse fluxo, fornecendo-os as informações de que precisam para desempenhar suas funções. Normas, procedimentos, métodos e processos são alguns tipos de informações veiculadas nesse momento. 

Existem duas maneiras de fazer a informação “descer” para a base da pirâmide. Segundo Brum (2003, p. 43), são as seguintes:

1)  através de canais, instrumentos e ações de Comunicação/Marketing Interno, cujo conteúdo deve ser uma preocupação corporativa; e

2)  através das chefias intermediárias (diretores de áreas, gerentes, supervisores, encarregados), que são vistas pelo público interno como um canal de comunicação da empresa e que têm como desafio repassar a informação, se possível como fator de motivação.

Quando utilizamos da comunicação esse tipo de comunicação, informações podem se perder e ruídos podem acontecer. Por isso, é muito importante ter líderes bem preparados no que diz respeito a comunicação. Para que o discurso chegue de maneira intacta pelo vários níveis organizacionais, é preciso cultivar líderes habilidosos que estando na interseção do fluxo de comunicação vertical, servem como ponte entre os ideais visionários do alto escalão e a realidade daqueles que atuam na linha de frente.

Já na comunicação é a ascendente, a direção é contrária. É aquela que parte do nível operacional e chegam aos altos escalões. Nesse fluxo, sugestões de melhorias, pesquisas de clima organizacional e relatórios são só algumas das informações adquiridas. Esse fluxo permite que se conheça como o trabalho desenvolvido, suas realizações, problemas e o trabalho dos colaboradores envolvidos. A comunicação de baixo para cima também propicia o surgimento de novas idéias e facilita a comunicação descendente.

Não existem muitas vias que movimentam as informações no fluxo ascendente. A mais comum é a formada por uma pessoa que fala para outra e para a outra até chegar à liderança, ela é chamada de cadeia humana. O fluxo de comunicação ascendente tem se modificado, abrindo um leque de opções de utilização, como café com a liderança, reuniões periódicas onde a direção responde perguntas feitas diretamente pelos funcionários; programas de sugestões em que os colaboradores tenham a oportunidade de sugerir, reclamar e elogiar e diálogos entre o colaborador e seu líder direto com avaliações de desempenho.

Em nossas pesquisas, nos deparamos a uma prática chamada MBWA (Management By Wandering Around – Administração Através deVisitas) nas organizações. O termo, cunhado por Ed Carlson, da United Airlines, refere-se simplesmente à atitude do líder de sair do seu escritório, andar pela empresa e conversar com freqüência e de maneira informal, conhecendo, assim, seus colaboradores e o ambiente de trabalho, o que não deixa de ser uma forma de comuniacação ascendente.

De um lado para o outro e vice-versa: Comunicação Horizontal

Na horizontal, também chamada de lateral, a comunicação ocorre entre pessoas do mesmo nível hierárquico. Podendo ser membros do mesmo grupo de trabalho ou de diferentes departamentos. Por meio dela, é possível a coordenação das atividades e a  solução de problemas sem a necessidade de direcionar a comunicação para um superior comum. Ela adquire especial importância nas organizações descentralizadas e baseadas  em equipes. O fluxo de comunicação horizontal propicia o compartilhamento de informações e conhecimentos, além de integrar os membros de diversos grupos.

Como utilizá-los?

Depois de entender os fluxos, como usá-los de maneira eficaz? Trazemos dois exemplos. O primeiro é da Endesa Brasil, uma holding de empresas que atuam em distribuição, geração, transmissão e comercialização de energia. Quem conta é o André Moragas da Costa, diretor de Relações Institucionais e de Comunicação, em entrevista para a Revista Valor Setorial: Comunicação Corporativa de novembro de 2011:

 “A mensagem pessoal do presidente ganha em credibilidade. O contato ocorre em uma reunião mensal no auditório, transmitida por videoconferência a todos os funcionários. A nota média de avaliação dessa iniciativa é 9, em uma escala de 1 a 10. A palavra do presidente vindo diretamente dele, sem ruído de comunicação, faz com que as pessoas se sintam incluídas. É  o principal executivo quem diz o que é prioridade, discute os resultados e fala sobre as ameaças e oportunidades de mercado”.

Ainda na mesma reportagem, Danielle Espósito Alves, coordenadora de comunicação interna da Braskem afirma:

“Já chegamos a ir nas salas de controle com o presidente para comunicar processos de mudanças importantes. Isso porque, apesar de toda a tecnologia disponível, ainda é o diálogo entre o líder e o liderado a principal forma de comunicação na companhia.”

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