Muito já foi dito aqui da
importância do papel desempenhado pelos líderes no apoio às ações de
comunicação interna, mas como isso tudo é, de fato, colocado em prática?
Os Programas de Ética são bons
exemplos de como a relação de parceria estabelecida entre a liderança e a área
de comunicação interna pode provocar profundas mudanças dentro da organização.
Cada vez mais comuns nas
empresas, estes Programas demandam das áreas de comunicação um grande conhecimento
sobre fluxos internos, processos, princípios organizacionais, crenças e modelos
de gestão. A tal da cultura organizacional.
Uma vez identificada e
compreendida, é necessário um grande esforço por parte destes profissionais no
sentido de reforçar os valores da organização ou até mesmo de reeducar as
percepções dos funcionários sobre alguns hábitos já arraigados, por meio de um
processo de “ressignificação”.
Este processo, porém, é demorado
e complexo, já que deve abarcar toda a organização, de diretores a funcionários
do chão de fábrica, continuadamente. Por que, então, a alta gestão
especificamente, é peça fundamental para o sucesso destes Programas?
Os líderes desempenham importante
função na construção e disseminação de crenças e valores da organização,
representando um referencial para toda a sua equipe. Se a melhor maneira de ensinar
é pelo exemplo, parece óbvio que os desvios de conduta possam ser justificados e
reproduzidos pelos funcionários sem qualquer tipo de punição quando
determinadas atitudes são comumente repetidas por seus superiores. Afinal, se meu
gestor adquire seus bens materiais com a verba destinada ao departamento eu
também posso, certo?
Cabe, portanto, à área de
comunicação interna tornar a liderança mais receptiva e motivada para refletir sobre
as mudanças propostas pelo Programa de Ética, assegurando seu comprometimento por
meio de reuniões, palestras com especialistas e análise das crises já enfrentadas.
Os líderes devem ser
conscientizados sobre seu papel durante este processo, compreendendo o impacto
que o Programa terá em toda a organização. É importante também apresentar-lhes
uma visão estratégica do Programa de Ética no que diz respeito aos
investimentos financeiros e não financeiros (ganhos de imagem e reputação).
Devidamente engajada, a alta
gestão pode contribuir em todas as etapas do Programa, desde sua divulgação; informando
e mobilizando os funcionários; até a aplicação das diretrizes nas atividades
cotidianas, na condução de projetos, na correção das ações e no feedback
aos empregados.
Seja em Programas de Ética, mudança
de posicionamento ou entrada de novos dirigentes; ou seja, em situações em que a
reputação e os valores da organização estão diretamente envolvidos, a colaboração
entre a área de comunicação interna e a liderança da empresa torna-se
imprescindível. Experiências como essas, apesar de delicadas, podem se relevar
extremamente enriquecedoras, desde que corretamente geridas por essa “parceria”.
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