No
último post falamos sobre os diversos fluxos de comunicação e como um líder
pode usá-los, mas para uma comunicação de fato efetiva, o líder precisa explorar
algumas das técnicas essenciais para gerir pessoas e engajar uma equipe: a oratória.
Segundo
uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia, 55% da comunicação
humana é resultado dos gestos corporais. A forma como se fala representa 38% e só
7% é resultado do conteúdo. Ou seja, o como
o líder transmite um conteúdo impacta mais o comportamento dos colaboradores do
que o próprio conteúdo.
Para
nós, estudantes de comunicação parece fácil, mas temos que lembrar que líderes
de empresa tem formações distintas: São engenheiros, médicos, advogados, administradores
que muitas vezes não exercitaram essa técnica durante sua vida e agora, na
liderança, sentem-se um pouco inseguros na hora de passar as informações para
os demais colaboradores.
Quando
um líder fala bem, ele envolve todos num objetivo comum, desperta sentimentos
como a perseverança, o espírito de equipe e admiração. Muitas vezes um líder
sabe executar e gerir tarefas de sua equipe muito bem, mas quando está de
frente ao colaborador e precisa delegá-las, avaliá-las, ou até mesmo quando
precisa informar metas ou resultados, ele pode simplesmente não saber o que
fazer e daí nos confrontamos com uma realidade de muitas empresas: A equipe não produziu o que era devido
porque seu líder não soube falar do que precisava.
Essa
situação acontece muito mais do que imaginamos e é fácil de visualizar o
principal motivo. Muitas vezes o líder entra num casulo das suas atividades e
não consegue entender o universo da sua equipe, tudo fica muito automatizado e ele
transmite a ideia como se as outras pessoas estivessem dentro de sua mente, sendo
simples de se entender.
Diante desse cenário devemos pensar: Como
a área de comunicação pode ajudar o líder em sua oratória?
Segundo
César Souza, executivo internacional da Odebrechet é mito pensarmos que o líder
já nasce líder, pronto, com as características de um líder. Assim, primeiramente
devemos despir nossa mente da imagem geral do nosso líder nos atentar as
características pontuais de sua oratória, identificando os pontos fortes e os
de melhoria.
Depois disso devemos conduzi-lo a mudança. O departamento de comunicação deve ajudar o líder a expor suas ideias da melhor forma e isso não se faz criando grandes e belos discursos que no final, vão ser decorados e transmitidos sem emoção. Pelo contrário, o departamento de comunicação deve estimulá-lo, dando dicas sobre o público pra qual o líder vai falar, as condições que essa equipe está enfrentando e o cenário no qual está inserida. Sim, porque o líder vai entrar em contato com os mais diversos públicos da empresa – desde chão de fábrica até altos executivos, passando pela média liderança e terceiros – e deve estar preparado para responder questões e sair de saias-justas.
Segundo
Junia Caldeira, coordenadora do departamento de comunicação de uma das unidades
da Votorantim Metais, o líder precisa
saber para quem está falando e o que pode enfrentar na hora do encontro com os
colaboradores. “Operários do chão de fábrica, por exemplo, bombardeiam de
perguntas o gerente geral da unidade quando esse vai transmitir alguma
informação. As questões abordadas tem temas distintos como salário, intrigas
pessoais com outros colaboradores, metas futuras, brindes de aniversariantes do mês, questões de
segurança no trabalho e a até a abrangência do plano de saúde".
Em situações como essa o líder deve estar preparado para responder as questões da melhor forma possível, transmitindo os valores da empresa e igualando-se a eles no discurso ao mesmo tempo que passa serenidade – o que constrói pouco a pouco, a confiança da equipe em sua fala.
Em situações como essa o líder deve estar preparado para responder as questões da melhor forma possível, transmitindo os valores da empresa e igualando-se a eles no discurso ao mesmo tempo que passa serenidade – o que constrói pouco a pouco, a confiança da equipe em sua fala.
Outra
ajuda que a área de comunicação pode dar é guiar o líder em situações em que um
discurso é necessário, como grandes comemorações ou eventos. Novamente, o termo
é guiar e não produzir. Depois do cenário dado, o profissional pode ajudá-lo mostrando
pontos que não podem ficar de fora e quais não é necessário citar – sempre explicando
o porquê disso. Depois de pronto podemos até ensaiar o líder para a ocasião,
muitos deles sentem-se mais seguros quando isso é feito.
Ao
aplicarmos essas medidas logo conseguiremos vivenciar o poder da oratória do
nosso líder. Quando ele conhece o universo para qual vai falar, sente-se mais próximo do público, soltando-se mais e aos poucos, já é capaz de identificar de que
forma deve falar com ele. Se o departamento de comunicação ajudá-lo nessas
questões constantemente, com o tempo, ele já saberá fazer isso sozinho e sua
oratória irá melhorar diariamente.
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