sábado, 8 de setembro de 2012

Líderes Sustentáveis


Falamos em outros textos do blog sobre as características dos líderes nas empresas. Mas como identificar um líder de um líder sustentável?

Com os temas responsabilidade social empresarial e sustentabilidade sendo cada vez mais discutidos, principalmente nas grandes empresas, o perfil do líder mudou.

Antes de tudo, o líder precisa acreditar no conceito de sustentabilidade e praticar em todos os seus atos durante o dia a dia. E como mostramos no texto anterior sobre o fenômeno walk the talk, ao transmitir o exemplo, o líder conseguirá mobilizar e motivar sua equipe.
Segundo Luiz Carlos Cabrera, professor EAESP-FGV um líder sustentável precisa ter algumas características essenciais: "Para ser um líder sustentável, o profissional precisa ter foco no resultado economicamente viável, justo e que promove a perenidade do negócio; promover ações socialmente corretas, com foco no crescimento das pessoas; promover ações culturalmente aceitas; e atuar no ambiente de forma ecologicamente adequada".
Com o objetivo de inspirar, conectar e mobilizar novas lideranças em sustentabilidade, Ricardo Voltolini enquanto escrevia seu livro “Conversas com Líderes Sustentáveis”, iniciou a Plataforma Liderança Sustentável, uma iniciativa que reuniu líderes sustentáveis de grandes organizações.
Um deles foi Guilherme Leal, copresidente do Conselho de Administração da Natura, que declarou: “Sem paixão não se muda o mundo".
 A empresa Natura em 2012 no 8º relatório Corporate Knights se classificou entre as 100 Corporações Mais Sustentáveis do Mundo, junto com as outras duas empresas brasileiras Petrobras e Bradesco.
As mudanças ocorrem de forma gradual, com líderes das grandes organizações inspirando as menores. Esperamos assim contar no futuro com líderes de atitudes cada vez mais sustentáveis.

Falar é fácil, o desafio é dar o exemplo!


No decorrer do blog falamos de comportamentos que são fundamentais para o engajamento e mudança, como o diálogo aberto e relacionamentos baseados em parcerias. Um último fator merece um tópico especial: A melhor forma de mudar um comportamento e motivar uma equipe é sem dúvida, o exemplo.

Não importa a idade, todo o ser humano, assim como as crianças, tem como principal ferramenta de aprendizado a observação.  Claro que às vezes pagamos para ver, mas daí entra o papel do diálogo entre líder e colaborador. Enquanto isso, vamos acompanhar a descrição de um fenômeno que está cada vez mais nas pautas da liderança: o chamado walk the talk.

Por definição a expressão walk the talk significa “faça o que você diz”. Segundo Monica Alvarenga, especialista em comunicação organizacional, diretora da Múltipla Comunicação e colunista da Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Organizacional) muitos líderes que repetem a expressão walk the talk não honram seu significado. A expressão está ficando banalizada. Há líderes que se lembram do “talk” mas não do “walk”, esquecendo-se do exemplo".

Quando o líder enxerga que ele é o espelho da equipe, ele  diminui seus esforços na construção de grandes apresentações de Power point, que são facilmente esquecidas, e na implementação de ferramentas complexas, muitas vezes pouco efetivas, e concentra-se em repassar ou reforçar um conceito no dia a dia, por meio do seu exemplo. É comum em fábricas, por exemplo, ouvirmos conversas da equipe de segurança para um colaborador relapso: “você não está usando seu EPI (equipamento de segurança individual). Repare no Gerente Geral, ele só sai do prédio administrativo com todos os EPIs”. Discursos como esse impactam o colaborador e reforçam a importância do líder estar atento ao seu comportamento, caso o contrário, além de não conseguir alinhar sua equipe a uma cultura organizacional o líder pode cair em descrédito: a rádio peão logo se encarrega de transmitir mensagens como “Ele fala para a média liderança preencher a ferramenta X ao entrar na fábrica, mas esses dias eu perguntei sobre a ferramente e ele disfarçou por não ter preenchido”.

Bom, mas o que a área de Comunicação pode fazer para aplicar essa forma de condução de equipes? Basicamente o nosso papel nesse tipo de situação é aconselhar e provar ao líder da empresa a importância de agir de acordo com o que fala: segundo Gilberto Cury presidente da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística “o líder deve entender que é um pouco pai. O melhor treinamento que existe é o exemplo do chefe, pois as pessoas fazem o que seus modelos fazem”.

“Aos poucos a equipe vai seguindo os passos, sendo motivada a seguir com um comportamento que está alinhado à organização: Quando o empregado percebe unidade entre o que ouve e o que experimenta numa empresa é o primeiro a brigar por sua reputação. Afinal, quem não quer vestir a camisa e defender com paixão a companhia onde passa a maior (e talvez a melhor) parte de seu tempo? – finaliza Monica Alvarenga.

Dessa forma, devemos observar o comportamento do líder da empresa e prestar atenção em possíveis gaps de atitudes. Essa “visão de quem está de fora” ajuda-os a aplicar o walk the talk e fazer jus a uma filosofia que também se aplica às organizações, a de que um exemplo vale mais do que mil palavras!

sábado, 1 de setembro de 2012

Media Training para Liderança

O líder de uma organização deve estar preparado para falar com a imprensa, independente da circunstância, seja para uma entrevista ou em meio há uma crise...E o que acontece quando ele é pego de surpresa? O trecho do filme “As loucuras de Dick e Jane” é um bom exemplo do que não se fazer!



Para evitar esse tipo de situação o líder precisa saber como se comportar, o que falar, e principalmente como falar, pois tudo será analisado pelo jornalista e qualquer deslize pode virar notícia. É nesse momento que a comunicação interna da empresa deve agir, ela deve promover media training para liderança constantemente, e acompanhar de perto o desenvolvimento de seus líderes.

Mas afinal o que é media training? É um treinamento específico, realizado com profissionais da área, muitas vezes jornalistas, que auxilia na preparação de diversas situações, para que saibam o que fazer e como agir diante de diferentes veículos.

Qualquer deslize diante de uma entrevista pode virar uma matéria negativa para a empresa, por isso é tão importante que seus comunicadores estejam atentos e ajudem o líder a se preparar, pois seus atos podem interferir em toda a organização. Para evitar constrangimentos existem algumas “regras” comportamentais a serem seguidas:

  • Nunca vá para uma entrevista despreparado, saiba ao menos qual será o assunto e estude sobre ele.
  • Saiba o que está acontecendo no mundo e, principalmente, no mercado em que sua empresa está inserida.
  • Tome cuidado com as palavras, pois elas podem ser mal interpretadas pelo jornalista.
  • Esteja bem vestido, você não deve ir a uma entrevista, principalmente se for televisionada, com cores fortes e decotes.
  • Desligue o celular.
  • Saiba dialogar e ouça tudo com muita atenção.
  • E de forma alguma fale mais do que deve, responda diretamente as perguntas feitas pelo jornalista e evite se alongar nas respostas. 
Essas são algumas das várias regras a existentes, é claro que depende do tipo de veículo e da entrevista que será feita, se é ao vivo ou não, se é para rádio, televisão ou veículo impresso. Nesses casos cabe a comunicação interna uma prévia orientação, pois o entrevistado também transmite a imagem da organização, e pode gerar ou não credibilidade. 

sábado, 25 de agosto de 2012

Liderança na implantação de Programas de Ética


Muito já foi dito aqui da importância do papel desempenhado pelos líderes no apoio às ações de comunicação interna, mas como isso tudo é, de fato, colocado em prática?
Os Programas de Ética são bons exemplos de como a relação de parceria estabelecida entre a liderança e a área de comunicação interna pode provocar profundas mudanças dentro da organização.
Cada vez mais comuns nas empresas, estes Programas demandam das áreas de comunicação um grande conhecimento sobre fluxos internos, processos, princípios organizacionais, crenças e modelos de gestão. A tal da cultura organizacional.
Uma vez identificada e compreendida, é necessário um grande esforço por parte destes profissionais no sentido de reforçar os valores da organização ou até mesmo de reeducar as percepções dos funcionários sobre alguns hábitos já arraigados, por meio de um processo de “ressignificação”.
Este processo, porém, é demorado e complexo, já que deve abarcar toda a organização, de diretores a funcionários do chão de fábrica, continuadamente. Por que, então, a alta gestão especificamente, é peça fundamental para o sucesso destes Programas?
Os líderes desempenham importante função na construção e disseminação de crenças e valores da organização, representando um referencial para toda a sua equipe. Se a melhor maneira de ensinar é pelo exemplo, parece óbvio que os desvios de conduta possam ser justificados e reproduzidos pelos funcionários sem qualquer tipo de punição quando determinadas atitudes são comumente repetidas por seus superiores. Afinal, se meu gestor adquire seus bens materiais com a verba destinada ao departamento eu também posso, certo?


Cabe, portanto, à área de comunicação interna tornar a liderança mais receptiva e motivada para refletir sobre as mudanças propostas pelo Programa de Ética, assegurando seu comprometimento por meio de reuniões, palestras com especialistas e análise das crises já enfrentadas.
Os líderes devem ser conscientizados sobre seu papel durante este processo, compreendendo o impacto que o Programa terá em toda a organização. É importante também apresentar-lhes uma visão estratégica do Programa de Ética no que diz respeito aos investimentos financeiros e não financeiros (ganhos de imagem e reputação).
Devidamente engajada, a alta gestão pode contribuir em todas as etapas do Programa, desde sua divulgação; informando e mobilizando os funcionários; até a aplicação das diretrizes nas atividades cotidianas, na condução de projetos, na correção das ações e no feedback aos  empregados.
Seja em Programas de Ética, mudança de posicionamento ou entrada de novos dirigentes; ou seja, em situações em que a reputação e os valores da organização estão diretamente envolvidos, a colaboração entre a área de comunicação interna e a liderança da empresa torna-se imprescindível. Experiências como essas, apesar de delicadas, podem se relevar extremamente enriquecedoras, desde que corretamente geridas por essa “parceria”.

domingo, 19 de agosto de 2012

Está no ar a famosa Rádio Peão!



Rádio peão é praticamente igual a brincadeira do telefone sem fio, a informação começa de uma maneira e termina completamente deturpada.

É comum que surjam boatos em uma organização em que o líder e o departamento de comunicação interna não tenham o hábito de comunicar aos funcionários o que se passa dentro da empresa, o problema é que um pequeno boato pode se espalhar rapidamente.

O líder deve manter um fluxo de comunicação para evitar que notícias falsas se espalhem e causem prejuízos, para isso é necessário utilizar os canais de comunicação ao seu favor, informando os liderados de tudo o que acontece dentro da organização.

As informações transmitidas no modo rádio peão causam insegurança aos funcionários, eles não sabem se acreditam ou não na notícia que receberam,
Em entrevista dada ao Globo Economia, Ediana Avelar, diretora de Comunicação Corporativa do Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), deu a seguinte declaração, quando a organização não se pronuncia oficialmente e no tempo certo, abre uma brecha para que surja um fluxo de informações não-verdadeiras.



Como tudo na vida tem dois lados, há quem enxergue o lado positivo da rádio peão, dentro do universo corporativo, o especialista em networking, José Augusto Minarelli, tem a seguinte opinião, “É um canal que transmite qualquer tipo de dado, seja importante ou não. Então, use como sua intranet particular. Divulgue seu novo curso de especialização, suas pretensões acadêmicas e profissionais”.


Em uma matéria escrita pela jornalista, Márcia Maria da Silva, para a Gazeta Mercantil, a diretora de comunicação da Nokia do Brasil, Jô Elias, disse que as ações de comunicação devem informar e orientar a toda a organização, desde o chão de fábrica até os escritórios. “Todos os profissionais necessitam ser informados, não importa o cargo”, orienta Jô. “O respeito com todo o quadro é um dos princípios básicos para não gerar desconfiança e comentários infundados. Um colaborador mal informado causa insegurança dentro da organização e no mercado.”

É necessário que haja um relacionamento transparente entre líder e liderado, isso é irrefutável, pois a rádio peão pode até trazer alguns benefícios, mas ela é grande geradora de boatos, que atrapalham o ambiente de trabalho.

sábado, 11 de agosto de 2012

A participação do líder no processo de estabelecimento de valores


Os valores corporativos são imprescindíveis para o sucesso de uma organização, uma vez que esclarecem sua identidade e servem de referência para os funcionários. Porém, não é fácil estabelecer valores sólidos e ainda manter-se fiel a eles. Essa tarefa exige coragem e deve ser praticada pelos principais líderes da empresa.

É muito comum ocorrer degradação de valores em uma organização. Isso porque se forem adequadamente praticados, exigem vigilância e limitam a liberdade estratégica e operacional, além de expor os executivos a uma critica árdua. Se a organização não está preparada para enfrentar esse sofrimento, é melhor que nem se preocupe em criar uma declaração de valores, pois nesse caso, só vai atrapalhar. Mas se tiver persistência e continuar, pode ser uma excelente oportunidade de crescimento e um exemplo a ser seguido.

A empresa Johnson & Johnson foi exemplar nesse quesito ao enfrentar uma crise, em 1982. Seu produto mais vendável – Tylenol – teve potes e mais potes sabotados, resultando em inúmeras mortes. A resposta imediata da corporação foi recolher todos os lotes do medicamento das prateleiras. Destruíram trinta e um milhões de cápsulas, embora já tivessem sido testadas e consideradas seguras. Apesar de o prejuízo ter sido significativo, devido às crenças da empresa, nenhuma outra ação poderia ter sido feita. Os valores escritos pelo presidente da empresa há aproximadamente 40 anos, continuam válidos, com um senso claro de propósito e afetam decisões-chave de negócios.

Percebendo a importância disso tudo, é preciso desenvolver uma campanha de estabelecimento de valores, o que não deve ser uma tarefa a ser delegada. É função do líder realizá-la , pois uma decisão estratégica como essa não pode seguir um processo democrático. O ideal é que os valores sejam definidos a partir de pequenas equipes nas quais participam os principais executivos da organização e ainda alguns funcionários-chave. Além disso, é necessário ter a consciência de que um bom programa de valores deve ser desenvolvido com calma. Devem ocorrer discussões durante vários meses até que se chegue a uma conclusão sólida.

Depois de estabelecidos, o desafio que se segue é manter vivo estes valores e praticá-los no dia a dia. Para isso, precisam ser integrados a todos os processos na empresa e devem ser lembrados continuamente. E os líderes tem papel fundamental nessa parte já que as mensagens enviadas pelos chefes são lembradas nove vezes mais se comparadas à sua divulgação pelos veículos internos(JT Larkin). Além de comunicar, é dever da liderança garantir a tradução desses valores em suas ações (servindo de exemplo) e principalmente, em decisões concretas de negócio.

sábado, 23 de junho de 2012

Ser chefe ou líder?

Chefe e líder são duas palavras que aparentemente possuem o mesmo significado, mas ao parar para analisar podemos perceber as diferenças.
Administrar uma organização através de ordens e preocupando-se apenas com os resultados, transmitindo insegurança e medo aos funcionários são características de um chefe. Por esse motivo, nos dias de hoje essa denominação está caindo em desuso.
Segundo a personal life coach, Ivani Manzzo "Um dos maiores erros é o profissional esquecer como foi ser liderado/mandado. Ou seja, ele muda as atitudes, a postura e a forma como trata os demais sem avaliar as experiências passadas".
Conforme falamos em textos anteriores, as organizações precisam de líderes. Pois são aqueles que trabalham sempre levando em consideração seus funcionários, que consequentemente tornam-se mais engajados e comprometidos, tornando assim o ambiente de trabalho mais saudável e agradável.  
O programa Domingo Espetacular criou um quadro chamado “Seu sucesso”, apresentado por Luis Paulo Luppa. E um dos temas abordados pelo apresentador foi exatamente a diferença entre ser chefe e líder. Assista ao vídeo a seguir e entenda melhor essa diferença:

Não confunda o líder como uma figura sem atitude e “boazinha”, ele sabe analisar as situações, reconhecendo seus funcionários e tomando decisões de forma firme, mas sem desrespeitar ninguém.