sábado, 19 de maio de 2012

Crises Internas – A comunicação no auxílio às lideranças


Nos tempos de hoje, o mercado torna-se cada vez mais instável, competitivo e exigente.  Na ânsia de acompanhá-lo muitas vezes uma organização pode colocar os pés entre as mãos na definição de metas e ignorar fatores pontuais dos processos que podem desestabilizá-la. O resultado? Funcionários cansados e desmotivados e líderes pressionados pelo desafio de controlar a gestão de processos e pessoas, sem demonstrar desespero – mesmo que seu emagrecimento seja notável.

Nas chamadas “crises internas”, que não atingem todo um grupo, mas sites de uma organização, a área de comunicação depara-se com duas grandes situações intimamente relacionadas:
  • O líder, extremamente pressionado prefere afastar-se da equipe para que esses não percebam sua possível fragilidade diante de determinada fase e omite informações porque acredita que não vai resolver nada ou pode causar o desespero em massa;
  • O clima organizacional de crise se instaura em todas as áreas: Funcionários ficam inquietos, inseguros e a “rádio-peão” atinge todas as frequências possíveis.
Para gerir esse problema, a área de comunicação deve ter em mente que, apesar de não poder atuar em um processo de gestão, ela pode amenizar o impacto de uma crise por meio do gerenciamento das mensagens entre colaboradores e liderança. No calor do momento, a solução parece muito complicada, mas é baseada em três pontos muito comuns: Conscientização, transparência e confiança.

Primeiramente, um trabalho de conscientização deve ser feito pela área de comunicação para o líder, demonstrando, por meio das situações percebidas, que o clima negativo impacta diretamente na queda da produtividade da equipe, afastando mais o site de suas metas.  Após essa fase, a área deve trabalhar com a liderança, explorando atitudes que têm como mensagem principal a transparência e a confiança. Abaixo duas situações típicas de uma crise que podem ser amenizadas com ajuda da comunicação eficaz

Líder: Acredita que se acompanhar a produção vai pressionar os colaboradores; 
Equipe: Sente que seu líder está preocupado só com o resultado final e não enxerga o seu esforço; 
Atuação da equipe de comunicação: Nessas horas o profissional deve conscientizar o líder sobre a importância do relacionamento. A equipe precisa sentir que  o líder está reconhecendo seu esforço e que acredita nela. Muitas vezes a solução é mais simples do que se pensa: Um Gerente Geral de produção que gasta 1 hora do seu dia andando pela fábrica sem cobranças, masincentivando, faz com que a equipe sinta-se cuidada.

Equipe: Grande frequência da “Rádio Peão” – “Vamos ser demitidos. Ouvi falar de férias coletivas. Um chinês ofereceu uma proposta de compra”; 
Líder: Quando sabe que é mentira, acredita que esclarecer ou se importar com os boatos não é necessário. “Isso pode esperar porque a crise vai acabar, não tenho tempo para isso.” 
Área de Comunicação: Deve explicar ao líder o quão prejudicial é a existência de boatos e que esses tomam proporções gigantescas caso a empresa mantenha-se oculta. Além disso, quando eles já existem, o profissional deve ter em mente que liberar informações por meio de veículos não trará o resultado necessário para sanar o “zumzumzum”. Em vez disso, o líder deve reunir TODA a equipe e explicar o cenário, quais medidas estão sendo tomadas para resolver a situação e esclarecer que “férias coletivas, demissão ou venda”, estão fora de questão, principalmente quando o problema é “não conseguir alcançar metas”. Com 15 minutos de pronunciamento, você tem uma equipe tranquila e motivada ao mesmo tempo em que demonstra valores como confiança, união e transparência.

 
Essas duas situações foram apenas para ilustrar que a área de comunicação deve estar atenta para ver uma crise não só como uma fase ruim, mas como uma grande oportunidade para motivar uma equipe e uni-la. Dan McCarthy, diretor de Programas de Desenvolvimento Executivo da Universidade de New Hampshire (WSBE), diz que em tempos de crise "as pessoas querem enfrentá-la unidos, com orgulho e pertencimento" e que um líder deve: “Demonstrar confiança e otimismo; Não esconder a verdade; Colaborar com diferentes áreas e funções da empresa; Comunicar, Comunicar, Comunicar”. Todas atitudes mencionadas  em sua fala podem ser exploradas pela área de comunicação, sugerindo pequenos, mas impactantes, esforços da liderança.

Cabe ao profissional perceber áreas de atuação. Segundo Agostinho Gaspar, Gerente de Relações Públicas da Ford do Brasil S/A: “Uma crise abre novas perspectivas, embora um pouco diferentes das tradicionais e os profissionais devem ter criatividade suficiente para também encontrar oportunidades fora do tradicional”. A crise acaba por ser o grande momento da área de comunicação consolidar-se dentro de uma empresa, demonstrando seu valor para o desenvolvimento de líderes, a união e produtividade das equipes e consequentemente, para o crescimento dos negócios.



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