Como líder, é sua função
entender como seu grupo de liderados funciona. É sua função também, descobrir
um meio de se comunicar com eles. Façamos o seguinte, imaginemos que seu grupo
de liderados é composto por dez, quinze pessoas. Você é o Gerente de Marketing.
A área de marketing costuma
ser uma área competitiva, cheia de metas a serem alcançadas a todo momento. As
pessoas trabalham sob pressão constante e precisam de um líder resiliente –
flexível, mas enérgico e assertivo, que os guiem da melhor maneira possível.
Para isso, como dissemos no
começo desse artigo, é preciso conhecer seus grupo e saber como ele age
coletiva e individualmente falando. O titulo desse post pode até parecer óbvio
demais, afinal todos sabemos que somos diferentes uns dos outros, mas será que
percebemos isso dentro de uma organização? Será que os gestores e lideres em
geral sabem diferenciar um funcionário que prefere trabalhar individualmente em
alguns momentos de um extremamente oportunista e centralizador?
Voando
Solo
Uma das práticas mais comuns
nas empresas é o brainstorming.
Reúnem-se trinta pessoas dentro de uma sala para que pensem juntos em uma
solução, em um novo produto, um novo
slogan ou uma estratégia arrebatadora de vendas. Funciona? Na maior parte
das vezes. Mas se você repara que um de seus melhores funcionários se sente sufocado
e incomodado com a situação, o que você faz?
O fato é que algumas pessoas
simplesmente funcionam melhor sozinhas. Não que elas farão todo o trabalho sozinhas,
centralizando o fluxo e atrapalhando o andamento das coisas. Elas apenas pensam
e produzem melhor o que lhes é dado como tarefa quando estão sozinhos. E para
esses profissionais, a realidade não tem sido muito fácil. Os layouts dos
escritórios tem cada vez mais o conceito de “colaborativo”. Segundo um artigo
da Revista Wired de abril de 2012, 30 anos atrás, as companhias reservavam, em
media, 45 m2 por funcionário. Hoje em dia, esse número caiu para
menos de 18 m2. Não é como nas redes sociais em que ele pode ou não
entrar. Nesses novos modelos de escritório, ele é obrigado a compartilhar tudo
com todos. Mas, no fundo, você sabe que esse funcionário poderia render ainda
mais, não é?
O brainstorming como o conhecemos, para os introvertidos não é muito vantajoso. Nele, o mais
extrovertido e articulado tem a tendência de ser a opinião que vence, não
deixando espaço para que outras ideias surjam. Segundo Clive
Thompson para a mesma Revista Wired de abril de 2012, o que funcionaria da
melhor maneira seria “uma colaboração
virtual, com os membros da equipe pensando individualmente, na privacidade,
antes de juntarem todas as ideias. Pesquisadores descobriram que grupos que
trabalharam dessa forma, geraram
ideias mais consistentes e resolveram os problemas de maneira mais ágil*”.
Segundo Clive ainda, para se
ter o melhor das pessoas, é preciso fazer com que trabalhem individualmente
primeiro, para depois interagirem com outras ideias já formadas.
Ouça, entenda e responda
Dessa maneira, existem dois
cenários possíveis. Ou você compreende que as pessoas são, de fato, diferentes
e por isso precisam de espaço para trabalharem da maneira como acharem mais
confortável ou você terá um grupo de funcionários apáticos.
Veja bem, não estamos dizendo
que você deva distinguir cada funcionário e tratá-los com indiferenças ou que
deverá deixá-los fazerem o que bem entenderem. Apenas dizendo que você deveria
pensar: “ se eu deixá-lo trabalhar individualmente nessa etapa, seu rendimento
será muito melhor, beneficiando todo o processo”. E comunique isso aos seus
liderados, envolva-os e pergunte o
que eles preferem. A comunicação face a face é uma ferramenta essencial nesse
momento. Mantenha-se firme, mas ouça-os e entenda seus papeis. Como dizem os
americanos, calce os sapatos dos seus funcionários e ofereça a eles opções.
Segundo Max
McKeown, para um artigo da Management Issues de fevereiro de 2007, “Cerca
de um terço das pessoas acham que eles podem mudar a situação (seja de dentro
ou de fora) e não é culpa deles, mas dois terços tendem a se tornar
indiferentes quando confrontados com a evidência de que o esforço é inútil*”.
Portanto, a sua tarefa como líder, é mostrar aos seus liderados que o esforço
vale a pena e que as coisas podem ser melhores - tanto coletiva quanto
individualmente. É estabelecer a comunicação face a
face, que é sustentada pelo diálogo – que motiva, une e reconhece. Uma via de mão
dupla onde todos que falam devem fazê-lo de forma correta e principalmente
estarem dispostos a ouvir os outros.
*Tradução Livre
Nenhum comentário:
Postar um comentário